Presente em mais de 20 países, a Biomedicina é uma das ciências que mais se destaca na área da saúde

5 de julho de 2016

Presente em mais de 20 países, a Biomedicina é hoje uma das ciências que mais se destaca mundo afora. No Brasil, os cinco conselhos regionais da classe já somam cerca de 50 mil profissionais biomédicos registrados e estima-se que, pelo menos,  11 mil estudantes estejam matriculados nos mais de 220 cursos de Biomedicina espalhados por todo o país. Na América do Sul, a prática da profissão pelos vizinhos Uruguai, Chile e Argentina deu origem à Rede Sulamericana de Diagnósticos.

Mundo afora, a lista de profissionais que tem desempenhado importante papel e desenvolvido pesquisas de excelência para o avanço da saúde é cada vez mais crescente. No ranking das profissões, divulgado pela revista Exame, a Biomedicina está entre as 45 mais atrativas do mercado de trabalho. De acordo com pesquisa da Thomson Reuters, empresa que monitora a produtividade mundial nas áreas de ciência e inovação,  publicada em janeiro deste ano, entre os trabalhos científicos mais citados nos últimos 11 anos estão os dos Biomédicos, que elencam o topo da lista dos cientistas “superstars”.

Destaque em diversos países do mundo, no Brasil os biomédicos também não deixam a desejar e têm mostrado a todos a competência, o compromisso e a qualidade da Biomedicina brasileira. “O trabalho desempenhado por nossos  profissionais mostra aos olhos do mercado internacional a sólida formação científica aplicada nas academias do Brasil e têm contribuído de forma significativa e efetiva no combate e tratamento de doenças por todo o mundo”, ressalta o presidente do Conselho Federal de Biomedicina, Silvio José Cecchi.

Recentemente, a biomédica pernambucana Débora Zarfolin foi merecedora de um prêmio do MIT (Massachusetts Institute of Technology) por ter desenvolvido um chip que detecta até 18 tipos de câncer. Em outra ocasião, o biomédico israelense naturalizado  brasileiro Alexander Birbrair, de apenas 29 anos, recebeu dois prêmios internacionais e teve seu trabalho com células tronco estampado na capa da revista Science, maior publicação cientifica do mundo – produzida pela Associação Americana para o Progresso da Ciência.  Birbrair, embora não resida mais no Brasil, formou-se em Biomedicina pela Universidade Estadual de Santa Cruz, na Bahia. “Esses são apenas dois dos muitos casos que tornam cada vez mais gratificante o trabalho que fazemos em prol da classe biomédica brasileira. Sem dúvida é motivo de muito orgulho saber que vários profissionais estão alçando vôos altos em todo o mundo e desenvolvendo trabalhos importantíssimos no âmbito da Biomedicina.”, destacou Cecchi.

A Biomedicina no Brasil

No Brasil, os primeiros cursos de Biomedicina foram implantados na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), em 1966, antes denominados Ciências Biológicas – Modalidade Médica. A graduação surgiu da necessidade de suprir a falta de professores das disciplinas básicas do curso de medicina e também formar pesquisadores. Contudo, apenas em 1979 veio a regulamentação das atividades exercidas pelos biomédicos que optavam pela carreira não universitária, sendo a principal entre elas, os serviços complementares de diagnósticos. A profissão foi regulamentada pela Lei Federal nº 6.684.

Hoje, quem se forma em Biomedicina pode escolher a área de atuação dentre as 37 habilitações já regulamentadas pelo Conselho Federal de Biomedicina. Mas, quem se gradua em outros países, para exercer as práticas no Brasil precisa revalidar o diploma em uma instituição de ensino federal.

A Biomedicina pelo mundo

A Biomedicina brasileira já é uma das referências para o mundo, mas não é só no Brasil que é ofertada a graduação. Em outros países como a Alemanha, Austrália, Líbano e Irlanda também é possível se formar e atuar no ramo. Mundo afora, os profissionais biomédicos se destacam sobretudo na produção de novas vacinas e no desenvolvimento de terapias genéticas. Também estão presentes nas empresas que fazem melhoramento genético na pecuária e agricultura, entre outras funções que se assemelham às habilitações brasileiras.

O biomédico Jamal Amiry explica que no Líbano a Biomedicina é conhecida como “Biociências” ou “Laboratório Médico e Tecnologia”. Naquele país, a graduação tem um ciclo de 4 anos de duração e a exigência mínima é de 120 créditos. Esses créditos são divididos em horas de palestras, laboratório e tutorial.

No entanto, há lugares onde o conteúdo programático e a atuação dos biomédicos podem ser bem diferentes das aqui exercidas, já na Inglaterra, por exemplo, o trabalho dos profissionais é bastante semelhante ao realizado no Brasil.

O biomédico brasileiro Michel Pelisser explica que “na Inglaterra, o biomédico é bastante respeitado, inclusive pelos médicos que estão sempre em contato questionando sobre quais testes são mais apropriados para a condição do paciente”. Segundo ele, a respeito das áreas de atuação, o Brasil contempla mais habilitações do que na Inglaterra, onde não se trabalha com imagens ou cosmética. “No entanto, em relação aos estudos é praticamente tudo igual ao que estudamos no Brasil.”, destaca.

Saiba mais sobre a Biomedicina em outros países*.

Austrália

AustraliaO curso na Austrália é chamado de Bachelor of Biomedicine. O foco da graduação é o entendimento das estruturas e funções do corpo e também dos fatores determinantes da saúde e da doença, incluindo influências genéticas e ambientais.

A duração do curso é de três anos (período integral) ou seis/sete anos (meio período). Depois de ter completado os três anos, o aluno pode fazer um ano de Bachelor of Biomedicine (Honours). Se o aluno quiser continuar na área acadêmica pode fazer Graduate Coursework DegreesResearch Higher Degrees e Doctor of Philosophy (PhD).

O bacharel em biomedicina pode trabalhar em hospitais, laboratórios médicos, com microbiologia, com representação de suprimentos médicos e farmacêuticos, com ciências forenses, com vendas de equipamentos científicos e ciências farmacêuticas.

Bélgica

Na Bélgica o curso é chamado de Biomedical Sciences e tem foco no estudo nos mecanismos fundamentais da vida, da fisiopatologia das doenças humanas e também na pesquisa de novas estratégias terapêuticas e diagnósticas.

A duração da graduação principal é de três anos, mas é possível pegar mais créditos, podendo prolongar o tempo de estudo. O estudante é preparado para trabalhar em empresas de pesquisa clínica, assim como em universidades, hospitais e indústrias.

Inglaterra

InglaterraChamado de Biomedical Science, o curso é projetado para formar profissionais com o entendimento dos aspectos da patologia moderna e do laboratório médico e também das complexas investigações que requerem um profundo conhecimento científico em anatomia, fisiologia e patologia.

A duração do curso pode variar de uma instituição para outra, podendo ser de três ou quatro anos em período integral. Se for em meio período o curso tem duração maior.

O profissional (Biomedical Scientist) trabalha principalmente com análises clínicas. Pode se especializar em microbiologia clínica, química, banco de sangue, hematologia, histopatologia, citologia, virologia e imunologia.

O biomédico da Inglaterra se assemelha bastante ao do Brasil. Pode trabalhar em quase todas as áreas que nós também trabalhamos. Trabalham com aparelhos sofisticados, com controle de qualidade, banco de sangue, toxicologia, diagnóstico e pesquisa clínica.

Estados Unidos da América

EUANos Estados Unidos é um pouco diferente. Todo estudante de graduação escolhe uma área principal, que no caso da biomedicina ou Biomedical Science é o Bachelor of Science(BS/BSc) e tem duração de quatro anos sendo as matérias comuns a vários cursos da área científica, como engenharia, ciências da computação, matemática e ciências naturais.

Os estudantes do Bachelor of Science (graduação) que fazem Biomedical Sience têm matérias que são focadas nas ciências biológicas, como bioquímica, microbiologia, zoologia, biofísica, etc. Eles trabalham para ganhar conhecimento sobre os princípios de como o corpo humano funciona para encontrar novos caminhos para tratar ou curar doenças desenvolvendo ferramentas de diagnóstico avançadas e novas estratégias terapêuticas.

Depois da graduação, os alunos podem entrar em programas para se especializarem em áreas como biologia do câncer, genética humana, imunologia, neurobiologia, microbiologia, etc. Um exemplo desses programas é o Biomedical Sciences (BMS) Graduate Program, oferecido pela Universidade da Califórnia em São Francisco.
Caso o estudante queira continuar na área acadêmica, pode passar direto para o Master of Science (MS/MSc) equivalente ao nosso mestrado, com duração de um a dois anos. Por último, vem o Doctor of Philosophy (PhD) que equivale ao nosso doutorado.

Os profissionais (Biomedical Scientists) podem trabalhar na área acadêmica, dando aulas e realizando pesquisas científicas. Atuam também em imagenologia, engenharia genética, bioinformática, biologia computacional, biotecnologia, indústrias, entre outras.

Finlândia

FinlandiaO curso é chamado de Biomedical Laboratory Science e tem a duração de três anos e meio.

O treinamento é baseado em conhecimento prático e aplicado em laboratórios clínicos e outros campos das ciências biológicas. Os estudos seguem os seguintes quatro temas: conhecimento profissional básico, processos de exames laboratoriais, ambiente de trabalho e desenvolvimento de habilidades.

Biomedical Laboratory Scientist trabalha principalmente em laboratórios médicos e hospitais. Também trabalham em pesquisas médicas e no setor comercial. É bem parecido com nossas habilitações.

México

mexicoA Biomedicina no México tem um enfoque totalmente na pesquisa. Existem duas importantes universidades que oferecem o curso a nível nacional: na Cidade do México está a Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), que oferece o curso chamado “Pesquisa Biomédica Básica” e na cidade de Puebla a Benemérita Universidad Autónoma de Puebla (BUAP).

Nas duas instituições o curso tem duração de cinco anos. São as únicas universidades em todo o país a oferecer o curso de Biomedicina. Contudo, no México há muitas pós-graduações (Mestrados e Doutorados) para a área biomédica. Ao nível de mestrado e doutorado, no México há muitas áreas a escolher, entre as quais se destacam Imunologia, Biologia Molecular, Epigenética, Toxicologia e Bioquímica.

A Biomedicina é uma área nova no México. Ainda não há um amplo campo de trabalho. A maioria dos estudantes que terminam o curso em Biomedicina escolhe estudar uma pós-graduação na Cidade do México ou viajar para fora do país para se especializar em países como Inglaterra, Alemanha, Austrália e Brasil, pois são países mais avançados nesta área.

Rede Sulamericana de Diagnóstico

– A união de sociedades científicas como a Associação Brasileira de Biomedicina (ABBM) suas equivalentes no Chile, Uruguai e Argentina tem a finalidade de promover congressos e cursos  em conjunto na área de análises clínicas e citologia diagnóstica para assim facilitar o intercâmbio de conhecimentos entre os profissionais e estudantes -, explicou Dr Edgar Garcez, vice-presidente do Conselho Federal de Biomedicina.

Conselho Federal de Biomedicina em missão a Moçambique

CFBMNos dias 12, 13 e 14 de maio, o presidente do Conselho Federal de Biomedicina, Silvio José Cecchi, e o presidente do Conselho Regional de Biomedicina da 5ª região, Renato Minozzo, visitaram o Moçambique, na África, para compartilhar com aquele país as experiências da Biomedicina brasileira. Na ocasião, a delegação brasileira também participou do XLI Conselho Coordenador de Saúde. “Compartilhar com um país tão carente as experiências da Biomedicina brasileira e perceber nos profissionais e estudantes a obstinação que eles têm pela nossa área, além de ser gratificante é também enriquecedor, uma vez que naquela região há uma carência exorbitante de biomédicos devido aos surtos epidemiológicos”, destacou Cecchi.

 

*Com informações do site Biomedicina Padrão

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