Edição de DNA em embriões humanos feita nos EUA é confirmada por revista

9 de agosto de 20170

Pesquisadores dos Estados Unidos conseguiram modificar genes defeituosos em embriões humanos, pela primeira vez no país, utilizando a revolucionária técnica de edição genética Crispr.

A realização do feito foi publicada nesta quarta-feira (2) na revista científica “Nature”. No final da semana passada, a informação já havia sido adiantada pela revista “MIT Technology Review”. Os cientistas da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, nos Estados Unidos, junto a colegas chineses e sul-coreanos, utilizaram Crispr para modificar o genoma de um embrião humano, evitando uma mutação hereditária que implicaria problemas cardíacos futuros.

“A eficiência, precisão e segurança demonstradas indicam que há potencial, a partir de diagnósticos genéticos, para uso da técnica para correção, em embriões humanos, de mutações hereditárias”, afirmam os autores da pesquisa.
Os pesquisadores, contudo, dizem que ainda há muito a ser avaliado antes de aplicações clínicas do procedimento. É necessário, por exemplo, analisar a reprodutibilidade da técnica no caso de outras mutações.

Em 2015, pesquisadores chineses foram os primeiros a modificar os genes de um embrião. Os resultados também foram publicados na revista “Nature”.

CRISPR
A técnica Crispr-Cas9, mecanismo descoberto em bactérias, representa um imenso potencial na medicina genética, permitindo modificar os genes de forma rápida e eficiente. O mecanismo de edição gênica é uma espécie de tesoura molecular que pode, de maneira muito precisa, eliminar as partes não desejadas do genoma para substituí-las por novos fragmentos de DNA.

Se esta técnica é capaz de corrigir os genes defeituosos responsáveis por doenças, também poderia, teoricamente, produzir bebês com características físicas determinadas (cor dos olhos, força muscular) e mais inteligentes, o que apresenta importantes problemas éticos.

Em dezembro de 2015, um grupo internacional de cientistas e especialistas em ética convocados pela Academia Nacional de Ciências americana (NAS) em Washington considerou que seria “irresponsável” utilizar a tecnologia Crispr para modificar o embrião com fins terapêuticos até que as questões legais, de segurança e de ética não fossem resolvidas.

Mas em março de 2017, a NAS e a Academia de Medicina americana consideraram que os avanços realizados na técnica de edição genética das células humanas de reprodução “abrem possibilidades realistas que merecem sérias considerações “. A premissa de avaliar a eficácia da técnica sobre os embriões humanos também é apoiada na França pela Sociedade de Genética Humana e pela Sociedade de Terapia Celular e Gênica.
O Reino Unido, por outro lado, já validou projetos de pesquisa que utilizam essa técnica.

 

Veja a matéria original na Folha de S.Paulo

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