Estudo encontra até 1,4 milhão de fungos e bactérias em latinhas e garrafas de vendedores ambulantes

27 de abril de 2018

quele momento de matar a sede em engarrafamentos ou em passeios a pé precisa de mais atenção dos consumidores. Pesquisadores de Campinas (SP) alertam para a contaminação de até 1,4 milhão de fungos e bactérias presentes em latinhas, garrafas de água e garrafinhas PET armazenadas em isopores de vendedores ambulantes.

Entre os micro-organismos encontrados, estão causadores de infecções gastrointestinais, pulmonares, vaginais, de urina e de boca, com sintomas que vão de diarreia, dores abdominais e vômito até febre. O risco é maior para pessoas com baixa imunidade, como crianças, idosos e quem está passando por algum tratamento de saúde.

O estudo feito pela Faculdade de Biomedicina na UniMetrocamp Wyden, com coleta de amostras em cidades da região de Campinas e na capital paulista, verificou até mesmo a água que gela as bebidas nos isopores.

Fungo encontrado em bebidas armazenadas em isopores de vendedores ambulantes; estudo foi feito por pesquisadores de Campinas (Foto: Patrícia Teixeira/G1)

Foram 15 amostras de água e 60% delas estavam contaminadas com coliformes totais, fecais e a bactéria Escherichia coli, vilã das infecções no intestino e de urina.

“Não esperava que as amostras de água estivessem tão contaminadas. Essa contaminação favorece a contaminação dos produtos. Esperava que a água estivesse livre, e que a gente pudesse encontrar apenas alguns micro-organismos nas embalagens, porque vêm de um transporte, ficam em depósito com muita sujeira”, explica a orientadora da pesquisa, a professora doutora Rosana Siqueira.

Das 26 latinhas, 12 tinham fungos e bactérias proliferados em quantidades importantes, de 1 mil a 1,4 milhão de micro-organismos. Nas garrafinhas PET de refrigerante a contaminação atingiu a casa dos 15 mil. Já os bocais das garrafas de água alcançaram a marca de 28 mil contaminantes. E olha que as bebidas ficam normalmente em temperaturas baixas.

“Mesmo a água estando gelada, alguns micro-organismos continuam se multiplicando. Não com aquela força total como se estivesse na temperatura ideal, mas mesmo sob refrigeração eles conseguem se desenvolver”, diz Rosana.

Bactérias e fungos encontrados

O idealizador do estudo foi o aluno de Biomedicina Cleber da Silva. Entre os contaminantes identificados nas amostras, estão as bactérias Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Citrobacter.

Os fungos presentes foram Candida albicans – aquela da candidíase – Candida krusei, Rhodotorula e Aspergillus niger.

Silva fez a coleta das amostras de bebidas e da água dos isopores com vendedores nas calçadas e em feiras livres.

“Via o pessoal vendendo água e parava, pedia pra comprar e pra coletar um pouco da água. […] Não estranharam. […] Você vê quando coloca no vidro como ela fica turva, bem contaminada”, completa.

Segundo a orientadora da pesquisa, o resultado indica falta de higiene na manipulação das bebidas e da água dos isopores, podendo prejudicar consumidores e o próprio vendedor ambulante.

“Desde a não higienização das latinhas e das garrafinhas de água, como também a manipulação, as mãos dos próprios manipuladores. Eles mexem muito com dinheiro, não têm um local para higienizar as mãos, e isso acaba ocasionando a contaminação cruzada”, explica Rosana.

Como reduzir riscos?

Rosana ensina que o ideal seria que os vendedores fizessem uma boa higienização das bebidas antes de colocar na água potável com gelo e sempre higienizarem as mãos com álcool em gel, por exemplo. Uma alternativa também é trocar a água do isopor, já que ela perde temperatura ao longo do dia.

“Muitos desses ambulantes chegam cedo no local e vão embora muitas vezes à tarde. Isso favorece o aquecimento dessa água, o desenvolvimento e aumento desses micro-organismos fazendo com que a contaminação seja mais evidenciada”, alerta.

Já os consumidores também podem, e devem, se resguardar usando canudos embalados individualmente e passando um guardanapo de papel no bocal das latas e garrafas.

“O lenço de papel vai retirar a água, então você retira parte dos micro-organismos. Não vai ficar 100% seguro, mas vai reduzir muito o nível de contaminação. O canudo, a pessoa vai ficar quase 100% isenta da contaminação”, completa.

 

Veja matéria original em G1.com

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