Tecnologia e Saúde em pauta em informe da Folha de S.Paulo
Conselheiro do CFBM concede entrevista sobre o profissional biomédico na prevenção e diagnóstico precoce, e a importância da genotipagem de HPV
O jornal Folha de S.Paulo deste domingo (8) publicou o informe Inovação, com entrevista do conselheiro do CFBM dr. Marco Antonio Zonta. A publicação aborda como a saúde, ciência e tecnologia no comércio, na indústria e nos serviços, empresas e entidades setoriais “estimulam a criatividade para aumentar a competitividade brasileira”.
Sob o tema Saúde e tecnologia: uma receita de sucesso – Inovação amplia possibilidades na biomedicina e na indústria farmacêutica com a incorporação de novas tecnologias, pesquisa clínica e atualização dos profissionais do setor, aborda como o avanço da tecnologia vem transformando profundamente a maneira como a saúde é pensada, praticada e acessada no país.
De acordo com o texto, “de exames mais rápidos com auxílio da inteligência artificial (IA) a terapias personalizadas e sistemas de monitoramento remoto, a inovação já não é mais promessa: é parte do presente da medicina. Para os profissionais da área biomédica, isso significa não apenas adaptação, mas também protagonismo no uso de recursos que prometem mais longevidade e qualidade de vida para a população. Segundo o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), que regulamenta e fiscaliza o exercício da profissão no país, mais de 110 mil biomédicos estão aptos a atuar em cerca de 40 habilitações reconhecidas, da análise clínica à genética.”
E prossegue: “A entidade aponta que a tecnologia tem sido incorporada de forma crescente em diversas frentes, como nos laboratórios de imagem e nas análises moleculares, impulsionando diagnósticos mais rápidos e precisos. “A tecnologia vem para somar à expertise dos biomédicos. Muitos profissionais estão em constante capacitação para lidar com sistemas automatizados, algoritmos predicativos e ferramentas de apoio à decisão clínica”, afirma o diretor de Inovação do CFBM, dr. Marco Antonio Zonta, biomédico com vasta experiência em diagnóstico de alta complexidade, pesquisa e desenvolvimento.
Evolução na Biomedicina
Dr. Zonta ressalta a importância da atualização constante: “os profissionais da biomedicina estão preparados e acompanhando ativamente as mudanças, e o CFBM tem um papel fundamental em oferecer as capacitações necessárias para que eles possam adotar a inovação em seu trabalho”.
Ainda de acordo com ele, a Resolução nº 392 do CFBM, de 10 de março de 2025, que dispões sobre as atribuições e prerrogativas do profissional biomédico habilitado em Pesquisa Clínica, Desenvolvimento de Produtos de Saúde e Inovação Tecnológica em Saúde, é um marco importante desse movimento de modernização da profissão. “Essa Resolução reflete a relevância da nossa atuação na vanguarda da pesquisa e desenvolvimento em saúde. Garantimos que o biomédico esteja apto a liderar e a integrar equipes multidisciplinares na busca por soluções inovadoras, desde a bancada do laboratório até a aplicação clínica”, explica.
Prevenção e diagnóstico precoce: a genotipagem em destaque
Avanços significativos na prevenção e no diagnóstico precoce de doenças têm sido alcançados através da combinação de políticas públicas, uso da tecnologia e capacitação profissional. A genotipagem, em particular, emerge como uma ferramenta poderosa no rastreamento e prevenção de diversas condições, especialmente o câncer. “A genotipagem de HPV de alto risco oncogênico (HR_HPV), por exemplo, é o método mais sensível para identificação de infecção com potencial maligno, antecipando o aparecimento em até 10 anos a ocorrência de lesões precursoras do câncer de colo uterino”, diz. Ele ressalta a prevalência do câncer de colo uterino , que ocupa o 3º lugar entre as neoplasias que acometem mulheres no Brasil e no mundo, e sua relação direta com a infecção por HPV.
Segundo dr. Zonta, a genotipagem se diferencia de outros métodos de diagnóstico, como o exame de Papanicolaou, por sua capacidade de identificar o vírus mesmo na fase latente, antes do desenvolvimento de lesões: “A metodologia permite a identificação viral não apenas na fase da doença e lesão ativa, bem como na sua forma latente, antecipando em até 10 anos o possível desenvolvimento e evolução para o câncer cervical e diminuindo o número de atendimento e as filas no SUS, reduzindo em mais de 40% os gastos em saúde pública”, afirma. Essa é apenas uma amostra de como a inovação pode gerar novas possibilidades de cuidado com a saúde, em diversas esferas.