Notícias Biomedicina tem papel estratégico na COP30

18 de novembro de 2025

 

Principais especialistas do Brasil se reúnem para mostrar como as mudanças climáticas terão impacto direto na vida das pessoas nos próximos anos

A Biomedicina é destaque em um dos eventos globais mais importantes desta década: a COP30, que reúne líderes mundiais, cientistas e instituições para discutir o futuro do planeta sob o olhar da sustentabilidade, da inovação e da responsabilidade socioambiental. O evento acontece até o próximo dia 21, em Belém (PA). Neste cenário, a Biomedicina tem um papel estratégico — integrando Ciência, Saúde e Meio Ambiente, traduzindo em palavras simples estudos complexos que revelam como as mudanças climáticas terão impacto direto na vida das pessoas e na construção de políticas públicas baseadas em evidências.

Os biomédicos atuam em diferentes frentes da COP30, desde a organização até os painéis técnicos. Um exemplo é o estande do Instituto Evandro Chagas (IEC), na Green Zone da COP30, que terá uma programação rica em palestras, rodas de conversa e apresentações técnicas.

Profissionais de todo o Brasil conectam o conhecimento científico de ponta às urgentes questões de saúde pública e ambiental que definem a atualidade. Nos palcos e salas de evento, os biomédicos lançam livros e apresentam resultados de pesquisas vitais de instituições de excelência. Esses trabalhos trazem dados concretos sobre patógenos, vigilância epidemiológica, mudanças climáticas e saúde, oferecendo a base factual necessária para decisões políticas assertivas. Eles são a voz da ciência amazônica, traduzindo a complexidade da biodiversidade local em informações acionáveis para o mundo.

A Amazônia, maior floresta tropical do mundo, é um dos ecossistemas mais vitais para o equilíbrio climático global. No entanto, o avanço das mudanças climáticas e a degradação ambiental estão transformando não apenas sua paisagem, mas também suas dinâmicas sociais e ecológicas, com impactos diretos na saúde humana.

Diante desse cenário, destaca-se o lançamento do livro “Mudanças Climáticas e Doenças Infecciosas na Amazônia: Uma Reflexão para a COP da Floresta”, escrito pelo biomédico doutor Carlos David Araújo Bichara juntamente com os alunos do curso de Medicina do Centro Universitário Fibra, sendo uma contribuição para o debate sobre os efeitos do aquecimento global e do desmatamento na emergência e reemergência de patógenos na região. O lançamento aconteceu na sexta-feira (14), na Free Zone da COP 30.

O que chama atenção na obra, além de ser uma das grandes novidades, é a preocupação em discutir como a medicina de precisão e a inteligência artificial podem contribuir para o combate das doenças infecciosas. “As alterações climáticas estão afetando os ecossistemas amazônicos e contribuindo para os mais diversos agravos na saúde da população. Existe direta relação entre desmatamento, perda de biodiversidade e o surgimento de zoonoses. O livro é um convite à reflexão e à ação”, alerta o especialista. “A Amazônia não é apenas um patrimônio natural, mas um sistema vivo que sustenta a saúde do planeta. Esperamos que essa obra inspire debates, políticas e iniciativas que fortaleçam a resiliência da floresta e de seus povos diante das crises climáticas e sanitárias”.

Prevenção

Com olhar voltado para o futuro e para a solução desses novos desafios, também é destaque dentro da Biomedicina o reforço na vigilância para prevenção de infecções causadas por esses vírus, como a busca por bioativos amazônicos com potencial antiviral. O tema foi abordado pela biomédica doutora Ana Lúcia Wanzeler, que defende a importância da divulgação de informações relevantes para ciência, para a saúde e para a população.

“O aumento do desmatamento impacta na saúde das pessoas, assim como outras questões relacionadas às mudanças climáticas. A propagação de doenças se reflete no laboratório, no diagnóstico e na saúde pública. O objetivo é aproximar o público da ciência feita na Amazônia, mostrando o caminho da floresta ao laboratório”, defende. O assunto foi tema de atividade no estande do Instituto Evandro Chagas (IEC), na Green Zone da COP30.

 

Preocupações com as saúdes biológica e mental ganham destaque

 

A recente crise é uma herança do passado e a geração atual é a responsável pela tomada de consciência, planejamento e início de ações que determinarão o futuro das gerações que virão. As soluções são multidisciplinares e a profissão biomédica é a que mais transita pelas tantas dimensões da Saúde, desempenhando um papel central na integração e interlocução com outras áreas, representando a união necessária para a superação de uma crise que ameaça a humanidade.

As mudanças climáticas enfrentadas pelo mundo são sempre sentidas, em suas consequências finais, como ameaças à saúde humana. Nesse contexto, o biomédico doutor Eduardo Santos participou de uma roda de conversa sobre o papel da pós-graduação na crise climática. O bate-papo foi realizado na Green Zone na quarta-feira (12). “Ciência é essencial para combater essa crise, permitindo entender suas causas, descrever e entender sua abrangência, prever suas consequências e planejar estratégias de mitigação e reversão do quadro atual. Mais de 99% da ciência no Brasil é feita nos programas de pós-graduação, ou seja, ela deve ser fortalecida e respeitada”, explica doutor Eduardo.

Ele defende que os brasileiros serão os mais atingidos quando o assunto é crise climática. “O mundo sofrerá, mas nós sofreremos mais e primeiro. Zoonoses e doenças causadas por poluição emergirão com cada vez mais frequência e intensidade. Endemias ampliarão suas áreas de abrangência e se tornarão epidêmicas e, nós, no centro de tudo, seremos as sentinelas a quem cabe alertar e entender a dinâmica dos processos. As pós-graduações devem se fortalecer e preparar para o que já está acontecendo e o que virá”, explica o biomédico.

Um dos alertas é o impacto indireto causado no sistema imunológico, enfraquecendo as defesas do organismo e aumentando os casos de vírus, por exemplo. O tema foi abordado pelo biomédico doutor Igor Brasil Costa no estande do Instituto Evandro Chagas (IEC), na Green Zone.

Segundo doutor Igor, a lista de doenças relacionadas tem desde herpes labiais até esclerose múltipla, entre tipos de câncer e linfomas. “Registramos uma perturbação biológica, mas também mental. As mudanças de tempo causam desidratação, ou seja, interferem diretamente na comunicação do sistema imunológico e na própria resposta do corpo. A poluição do ar ainda leva ao adoecimento e eleva as chances de reativação de um vírus. Os impactos são aumentos de estresse e ansiedade, causados por alterações emocionais e que interferem em todo o corpo humano”, explica.

Durante a ampla agenda da COP30, os profissionais da Biomedicina exercem um papel triplo e indispensável: são cientistas que geram conhecimento, educadores que compartilham descobertas e profissionais de saúde que protegem a comunidade. Essa participação reforça que não é possível discutir o futuro da Amazônia e do planeta sem ouvir e incluir os biomédicos que decifram e defendem a vida em sua essência. O estande do Instituto Evandro Chagas (IEC), na Green Zone, seguirá com palestras, rodas de conversa e apresentações técnicas nos próximos dias.

ContatosEntrar em Contato
LocalizaçãoOnde nos encontrar?

SCS – Quadra 07 – Edifício Torre do pátio Brasil
Bloco A – Nº 100 Salas 806 a 812
Asa Sul – Brasília – DF – CEP: 70307-901

Redes SociaisSiga-nos

Copyright © 2024 Conselho Federal de Biomedicina – Todos os direitos reservados