Entre os principais debates estão a evidência das mudanças climáticas afetarem a incidência de doenças e a imunidade das populações
A segunda semana da participação de centenas dos principais biomédicos do Brasil na COP30 traz novos e relevantes temas que estabelecem conexão entre saúde humana e ambiental, como a evidência das mudanças climáticas afetarem a incidência de doenças, a imunidade das populações e a vulnerabilidade de comunidades amazônicas e de outros biomas.
A biomédica doutora Daniele Henriques Ventura acredita que, ao integrar ciência e políticas públicas, a Biomedicina transforma evidências científicas em ações concretas para a justiça ambiental e sanitária, posicionando o Brasil como referência global em inovação e saúde.
No dia 18 a especialista ministra a palestra Imunidade da Floresta: Desafios e Respostas das Comunidades Amazônicas às Doenças Emergentes. No evento, que acontecerá no Estande do Instituto Evandro Chagas (IEC), na Green Zone, será abordada a relação entre ambiente, imunidade e exposição viral em populações amazônicas. “Quando falamos de saúde na Amazônia, falamos de distância, diversidade e de resistência. A floresta é viva — e suas comunidades, com saberes e práticas próprias, enfrentam doenças com criatividade, solidariedade e ciência”, explica.
A doutora Daniele convida o público a refletir, junto com ela, sobre a ‘imunidade da floresta’, um conceito que une ciência, ambiente e resistência humana. “Irei abordar as dificuldades e soluções encontradas para realizar vigilância laboratorial em áreas de difícil acesso, onde o transporte de amostras, a logística de equipamentos e a comunicação com as comunidades representam verdadeiros desafios científicos e operacionais”, relata.
Também na próxima terça-feira, (18), no Estande do Instituto Evandro Chagas (IEC), a biomédica doutora Ana Cecília Ribeiro Cruz estará à frente da palestra Viver na Floresta, Resistir ao Clima: Povos indígenas, Comunidades Tradicionais do Marajó e os Desafios das Arboviroses. Atuante na área de microbiologia, com ênfase em virologia, doutora Ana Cecília realiza estudos para investigação e vigilância de patógenos emergentes, principalmente os que habitam na floresta.
“O intenso desflorestamento aumenta o risco do transbordamento dos vírus para o homem pelas ações antrópicas. Temos estudado os arbovírus e sua dispersão, pois muitos deles circulam em áreas restritas ou em ambientes silvestres, podendo encontrar um hospedeiro suscetível ou vetor de transmissão, o Aedes aegypti, desencadeando surtos e epidemias”.
O que é a COP30?
A COP30 é a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, um encontro global anual no qual líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima. A COP é composta por 198 países e o evento deste ano acontecem em Belém (PA).
Até a próxima sexta-feira (21), o estande do Instituto Evandro Chagas (IEC), na Green Zone da COP30, terá uma programação rica em palestras, rodas de conversa e apresentações técnicas. O evento é aberto ao público.
