A biomédica Andreanne Gomes Vasconcelos, de Brasília (DF), foi nomeada membro pleno daSigma X, The Scientific Research Honor Society – uma das maiores e mais antigas organizações científicas do mundo, sem fins lucrativos, fundada em 1886, nos Estados Unidos. Trata-se de uma sociedade internacional de honra à ciência e engenharia, que reúne pesquisadores cujos estudos abrangem as disciplinas de ciência e tecnologia e respaldam universidades, laboratórios e indústrias.
“A nomeação marca uma nova fase na minha carreira internacional. Espero, dessa forma, participar globalmente das grandes discussões científicas em diversas áreas do conhecimento, incluindo saúde, biotecnologia, engenharias e políticas públicas. Também poderei ampliar minhas contribuições em pesquisas multidisciplinares visando o desenvolvimento de soluções para os problemas comuns de saúde da sociedade, como prevenção e tratamento de doenças, estabelecendo novas parcerias científicas internacionais. Com isso, posso contribuir para o fortalecimento da pesquisa no Brasil, divulgando nossas potencialidades e inspirando jovens que aspiram carreira na Ciência e Inovação”, disse a biomédica em entrevista ao site do CRBM-3.
A adesão ao Sigma Xi é feita apenas por convite e se baseia nas realizações e nos potenciais de pesquisa. Andreanne é CEO da People&Science e o convite foi um reconhecimento às suas contribuições em sua área de atuação. A organização científica tem vários prêmios Nobel entre os associados e também é a responsável pela publicação da revista American Scientist. Confira outros trechos da entrevista com a biomédica.
Quais estudos, pesquisas e/ou contribuições na área da Biomedicina podem ter contribuído para essa conquista?
Ao longo da minha vida acadêmica e profissional venho trabalhando com o desenvolvimento de produtos naturais e nanobiotecnológicos com potencial aplicação biomédica em problemas infecciosos, inflamatórios e câncer. Entre os estudos que tenho contribuição, posso citar avaliação de peptídeos da biodiversidade contra bactérias e vírus, como por exemplo o SARS-CoV-2; prospecção de plantas dos biomas do Brasil com propriedades antibióticas; avaliação do efeito de uma fita saneante para revestimento de superfícies no controle da disseminação de microrganismos em ambiente hospitalar; e avaliação da atividade antioxidante, anti-inflamatória e antitumoral de licopeno da goiaba vermelha.
A pesquisa com licopeno da goiaba abre perspectivas para geração de diferentes produtos, como nutracêuticos, cosméticos, preservadores celulares em laboratórios, entre outros. Além disso, tenho contribuído com a disseminação científica e biomédica através da organização de um dos mais importantes eventos de saúde e inovação do Centro-Oeste, o Encontro Internacional de Inovação em Saúde (INOVATEC), o qual aproxima acadêmicos, empreendedores, estudantes, profissionais, setor público e privado do Brasil e exterior.
Qual pesquisa pode ser destacada?
Posso destacar a pesquisa, fruto do meu doutorado, com um promissor sistema nanotecnológico de liberação de fármacos carregando licopeno de goiaba vermelha (Psidium guajava L.). A pesquisa foi publicada na revista científica Cancer Nanotechnology, da editora BMC (BioMed Central, Reino Unido) que faz parte do Grupo Springer Nature, uma das mais relevantes editoras científicas do mundo. A pesquisa demonstrou a biossegurança do novo produto em modelo animal, sua atividade antioxidante e seu efeito contra células de câncer de próstata. O estudo contou com participação de pesquisadores do Brasil, Portugal e Reino Unido.
Link de acesso ao artigo completo: https://link.springer.com/article/10.1186/s12645-021-00103-w
Como a senhora avalia a importância desses espaços de cooperação científica?
Esses espaços são importantes para promoção de colaboração entre pesquisadores de diferentes áreas, para a troca de conhecimentos, discussão dos problemas e desenvolvimento de soluções inovadoras baseadas na Ciência, estimula a excelência acadêmica, impacta o avanço da Ciência e, consequentemente, o desenvolvimento socioeconômico a nível regional e global. Além disso, é importante como forma de reconhecimento e valorização dos esforços e realizações dos cientistas.
Fonte: Imprensa CRBM-3