DestaquesNotíciasNotícias do CFBM Posicionamento do CFBM sobre a realização do diagnóstico de COVID-19 por teste de detecção de antígenos e autotestagem

16 de fevereiro de 2022

Os testes rápidos (TR) são metodologias imunocromatográficas utilizadas em larga escala por serem de baixo custo e relativamente fáceis de serem executados. No caso dos TR para detecção de antígenos (TR-Ag) virais, a coleta deve ser feita através da inserção do Swab na nasofaringe e/ou orofaringe. Diante do exposto, algumas ressalvas devem ser mencionadas:

1 – Coleta do espécime biológico –. A coleta realizada por um indivíduo não experiente ou até mesmo por alguém que nunca fez o procedimento (como é o caso da população geral) pode ser decisivo no resultado final, já que resultados falso negativos podem ocorrer devido à coleta inadequada da amostra.

2 – Interpretação do teste – Os resultados adquiridos por testes diagnósticos, sejam eles de triagem ou padrão ouro sempre devem ser interpretados em associação a dados clínico-epidemiológicos e outras informações relevantes do histórico do indivíduo.

3 – Notificação as autoridades de saúde – É essencial que todo caso positivo de COVID-19 seja notificado às autoridades de saúde competentes. Ainda não existe um programa de conscientização amplamente disponível e acessível para população geral realizar a notificação de um caso positivo com resultado adquirido pelo autoteste. Devemos chamar a atenção para enfatizar que as notificações são sigilosas e apenas os profissionais responsáveis por analisar esses dados têm acesso aos resultados. Uma plataforma de notificação de acesso rápido e fácil deve ser amplamente disponibilizada para população geral, isso contribuirá para diminuir a subnotificação caso o autoteste seja implantado.

4 – Testagem com métodos moleculares – O método da Transcrição Reversa seguida da Reação em Cadeia da Polimerase (RT-PCR) é considerado, no mundo inteiro, como padrão ouro para o diagnóstico da COVID-19. Existem diversos testes moleculares no mercado capazes de detectar simultaneamente 2 ou 3 alvos virais em um único teste, o que não ocorre nos TR-Ag devido às limitações inerentes desta metodologia.

Sugerimos que a exclusão ou confirmação diagnóstica da infecção por SARS-CoV-2 não seja feita por uma avaliação isolada dos resultados dos testes rápidos. Não podemos usar esses resultados como única base para tomada de decisões e gerenciamento de indivíduos suspeitos, sejam eles realizados por profissionais de saúde ou pela autotestagem.

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