Entrevista: Presidente do CFBM fala sobre a Biomedicina como uma das protagonistas na área da saúde

27 de junho de 2016

Em 2016, a Biomedicina no Brasil completa 50 anos. São cinco décadas desde o projeto inicial do curso, embora a regulamentação só tenha vindo anos após, em 1979. Com muito esforço, empenho e dedicação de um grupo de profissionais e estudantes, o curso, que antes se chamava Ciências Biológicas – modalidade médica, passou a se chamar Biomedicina. Hoje, uma das profissões mais atrativas do mercado de trabalho, com mais de 220 cursos espalhados por todo o país, 37 habilitações regulamentadas pelo Conselho Federal de Biomedicina e benefícios imensuráveis para a saúde da sociedade.

A história da Biomedicina se confunde com a de muitos profissionais que batalharam com afinco para que a profissão chegasse hoje ao status que chegou. Entre esses profissionais, está o Dr Silvio José Cecchi, presidente do Conselho Federal de Biomedicina, que começou a sua militância pela regulamentação da profissão quando ainda era estudante e milita até os dias de hoje por melhores condições de trabalho para todos os Biomédicos.
Cecchi destaca seu orgulho e satisfação em ver profissionais brasileiros se destacando no mercado de trabalho nacional e internacional, desenvolvendo projetos grandiosos no âmbito da Biomedicina e contribuindo de forma enriquecedora para o progresso da profissão e da saúde em todo o mundo.

Confira a íntegra da entrevista com o Dr. Silvio José Cecchi.

Conselho Federal de Biomedicina: A sua história de vida se confunde com a história da Biomedicina no país. Desde muito jovem o senhor se dedica à profissão, que também é muito recente, mas que tem crescido de maneira considerável no Brasil. Conte um pouco sobre a sua trajetória profissional e como foi o inicio do Conselho Federal de Biomedicina.

Silvio José Cecchi: Prestei vestibular, no antigo Centro de Seleção de Candidatos às Escolas Médicas e Biológicas, para o curso de Ciências Biológicas Modalidade Médica, hoje Biomedicina, em 1979, na Faculdade Barão de Mauá de Ribeirão Preto (SP). No primeiro dia de aula fiquei sabendo que o curso não era regulamentado e, portanto, não poderia exercer a profissão a não ser, pagando para que um Farmacêutico-Bioquímico fosse responsável técnico pelo laboratório de Análises Clínicas, caso quisesse atuar nessa área. Imagine que tal situação, me causou tamanho inconformismo e então decidi reunir um grupo de amigos e começamos a batalhar pela regulamentação da profissão no Brasil. Depois de muitos contatos, consegui agendar uma reunião com o Chefe da Casa Civil do Governo Geisel, Dr. Goubery do Couto e Silva, único na época capaz de desengavetar o projeto de Lei que regulamentava a profissão, que à época sofria forte pressão da área farmacêutica..

Agendada a reunião, partimos João Sabbag (professor da Mauá), Dácio Campos (dono de Laboratório em Porto Ferreira) e eu, estudante ainda, para Brasília. Não foi fácil, travamos uma longa guerra no Congresso Nacional até que conseguimos a regulamentação.

CFBM: À frente de mais uma gestão do Conselho Federal de Biomedicina, o que o senhor vê como tendência para os próximos anos no segmento, uma vez que é sabido que a profissão tem se expandido de maneira significativa e que já está entre as 45 profissões que mais crescem no país?

Silvio Cecchi: Á frente de mais uma gestão do CFBM, acredito que a tendência é a consolidação das nossas habilitações já regulamentadas e com certeza de novas áreas que estão aparecendo, , tendo em vista que a Ciência é muito dinâmica e que os Biomédicos são os profissionais que têm uma das formações mais sólidas e completas da saúde.

CFBM: O que os biomédicos poderão esperar do CFBM nessa próxima gestão 2016/2020?

Silvio Cecchi: Os colegas biomédicos podem ter certeza que o CFBM vai trabalhar de forma intensificada e muito seriamente para fazer valer e serem respeitadas todas as nossas prerrogativas já conquistadas. Também vamos trabalhar de modo especial em relação aos concursos públicos em todo o Brasil. Qualquer concurso, cujo objeto trouxer a possibilidade de inserção de nossos profissionais, considerando a área de atuação dentro do que temos regulamentado, faremos de tudo para nossos colegas participarem, inclusive com providencias judiciais.

CFBM: Quais são as principais dificuldades da classe hoje e como o CFBM pretende amenizá-las?
Silvio Cecchi: Nossa principal dificuldade são os concursos, principalmente nos lugares mais longínquos do Brasil. Estamos preparando uma força tarefa, com o setor jurídico do CFBM e dos Conselhos Regionais, para atuar em todas as localidades, quando necessário.

CFBM: A questão da saúde no Brasil, sobretudo a pública, demanda uma atenção muito especial por parte dos nossos governantes. Como o senhor analisa esse cenário?

Silvio Cecchi: A saúde no Brasil está um caos em todos os sentidos. Assim, é preciso considerar que o trabalho dos nossos profissionais é fundamental para o progresso da saúde do país, uma vez que o Brasil tem um clima tropical, propicio em todas as estações para epidemias e endemias e que certamente precisarão ser diagnosticadas por biomédicos. Neste sentido, continuaremos lutando junto ao Ministério da Saúde e Governo Federal para melhorar os valores da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) para os Laboratórios de Análises Clínicas que não são atualizados há mais de 20 anos

CFBM: Parte considerável da população ainda não reconhece esses profissionais e atribui os seus trabalhos à outras profissões, como médicos, farmacêuticos, técnicos… Como pretende atuar de modo que a sociedade conheça cada vez mais o trabalho do biomédico?

Silvio Cechi: Um trabalho de mídia e marketing está sendo desenvolvido para tornar o profissional Biomédico ainda mais reconhecido em todo Brasil. Vamos propagar em todos os cantos e mídias o trabalho dos colegas que tem função importante na sociedade através do seu desempenho profissional.

CFBM: O senhor tem construído uma sólida história durante todos esses anos de atuação no setor. Qual o legado pretende deixar para CFBM e para a saúde brasileira?

Silvio Cecchi: Hoje o que posso destacar é a minha satisfação profissional e pessoal em ver a Biomedicina caminhando por si só e sendo reconhecida em todo o território nacional e internacional. Tenho hoje muito orgulho ao saber que muitos profissionais estão alçando vôos altos em todo o mundo e desenvolvendo trabalhos importantíssimos no âmbito da Biomedicina.

Quando entrei na faculdade, tínhamos poucos cursos e apenas cinco faculdades que lutavam pela regulamentação (MAUÁ – OSEC- MOGI – UFPE e PUVGO). Atualmente, temos mais de 220 cursos por todo o Brasil e uma das profissões que mais crescem. Nós, biomédicos, já somos um grande sucesso, e estamos avançando.

Desejo, de verdade, que a Biomedicina seja cada vez mais respeitada, pela competência e pela qualificação de seus profissionais no meio acadêmico e na área da saúde. Não demora muito e a frase que mais se ouvirá no mercado de trabalho será: “Aqui tem um Biomédico, pode confiar

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